Monday, March 13, 2006

SURPRESA BOA NO BOQUEIRÃO!

A terceira edição do evento PRAS BANDAS, que surgiu no final do ano passado para valorizar a cultura nos bairros mais afastados de Curitiba, foi um grande sucesso.

O evento é uma espécie de festival de bandas, mas com a grande diferença de que seu objetivo não é apenas o de proporcionar aos novos grupos uma boa – e muito boa – oportunidade de mostrar o seu trabalho. Além de fomentar a cultura nos bairros através da música, o evento também promove a arrecadação de livros usados, para serem posteriormente selecionados e doados às escolas públicas da região. Um grande esquema de divulgação é feito, envolvendo TV, jornais, out-doors e veiculação de chamadas nas rádios. Além disso, há uma grande colaboração da própria comunidade, sendo que muitos comerciantes da região apóiam a idéia e ajudam a viabilizar o evento.

Marquei esta data ainda no ano passado, e na ocasião eu não sabia que o Bruno, meu maridão e baterista, estaria viajando. Mas tivemos sorte! Contamos com a boa vontade de um dos melhores músicos de Curitiba, Mola Jones, para substituir o Bruno e cumprir com muita competência o papel de baterista em dois shows dos Criaturas: Jokers e Boqueirão.

Acordei meio mau no domingo, tinha tocado com Gianninis na noite anterior em Piraquara, e vinha acumulando ressacas de uma semana inteira, já que nos apresentamos na quinta-feira no Jokers, e nos dias anteriores ensaiei com Criaturas, Gianninis e The New Beatles e todos vocês sabem como bebo bem nessas ocasiões. Hehehe...

Mas como eu ia dizendo, acordei sem a mínima vontade de levantar naquele dia frio e cinzento. Domingo já é um dia lazarento por natureza. Com chuva ainda, torna-se um convite quase irresistível pra se ficar em casa assistindo a um filme embaixo das cobertas. Mas nem pensar nisso. O show no Boqueirão estava marcado, e ainda que a preguiça fosse grande, jamais seria bastante para não ir.

Chegamos no local do evento, o Espaço Sucão, e fiquei muito satisfeita. Era um lugar grande, de ótima estrutura. Além de uma pizzaria, tinha uma área aberta e um galpão – onde os shows aconteciam – e ficava de frente para uma praça movimentada, rodeada por barzinhos. A famosa praça dos Menonitas, que até então eu não conhecia.

Saí do carro e já ouvi um rapaz falando, ao cumprimentar umas garotas de cabelos tingidos e piercings, que estava lá pra ver os Criaturas. Foi um bom começo! Entramos e fomos tomar uma cerveja, não sem antes conhecermos todo o lugar e dar uma olhada nas bandas, além de cumprimentar e conhecer os organizadores. O Sucão estava cheio, mas era certo que grande parte dos que estavam ali, foram pra tocar. Tinha gente de todo tipo: mano, punk, dark, emo, hippie, além de alguns estereótipos por mim desconhecidos e, portanto, inclassificáveis. Mas todos estavam na boa, ninguém nem aí pras diferenças.

Logo que sentamos em uma mesa (eu e o Mola, pois o Rafa e o Caetano ainda não haviam chegado), vieram umas garotas nos conhecer, apresentadas por Getúlio, o organizador do PB. Você é a Xanda? Posso tirar uma foto? Assina minha camisa? Vocês vão tocar Bianca? No início fiquei um pouco sem jeito, mas estaria sendo hipócrita se dissesse que não gosto de ser abordada desta forma. Afinal de contas, quem é que não gosta de receber elogios e de saber que existem pessoas que reconhecem e valorizam do seu trabalho tanto quanto você?

Algumas cervejas depois, subimos ao palco do Pras Bandas. O calor era tanto que meus óculos embaçaram tão logo eu entrei no galpão, até os instrumentos ficaram suados. O público já se animava e gritava: Criaturas, Criaturas, Criaturas!

Enquanto afinávamos os instrumentos, eu ia dizendo algumas merdas no microfone. Foi quando começaram a gritar: Gostosa! Gostosa! E depois: Tira a roupa! Tira a roupa! Nesta hora eu me empolguei e abri alguns botões da camisa, para delírio dos fãs! É... sei que ainda não sou nenhuma Babi e, se depender do Bruno, jamais chegarei lá! Mas enfim... eu só mostrei mesmo o sutiã!

Começamos com Bianca, música que foi entoada pela grande maioria do público, para nossa surpresa. Depois, em Não presto pra você e Covardia, um ou outro subia no palco, cantava junto, pulava em cima da multidão, que os erguia por mais algumas vezes, e ficavam pogando, dançando, cantando, gritando...

Quando começamos a tocar as canções mais calmas, o público sossegou um pouco, mas não deixou de aplaudir e em nenhum momento eu deixei de sentir a mesma emoção de Londrina, e porque não dizer, ainda maior, por estar tocando em minha cidade.

Saímos de lá com uma sensação inigualável de dever cumprido. Incrível como eu subestimava o público curitibano. Mas o fato é que eu não sabia como era bom tocar pra essa meninada. Nunca saímos do circuito underground do centro de Curitiba, onde encontramos um monte de gente mais velha, mais bacana, que se diz conhecedor da cena, mas que é incapaz de realmente se emocionar com uma bandinha local. Mesmo assim, sempre respeitei o nosso público, fosse ele paradão ou mais exaltado. Fosse ele grande ou meia dúzia de gato pingado. Ao menos eles saem de casa para ouvir a gente. E sempre, em qualquer show, eu vou tentar fazer de tudo para que quem estiver assistindo goste. Mas é fato que, quando o público é bom, tudo fica muito mais fácil e divertido!

Agradeço às bandas que gentilmente nos deixaram tocar antes devido ao atraso da programação, ao público pela receptividade tão calorosa e, finalmente, ao Getúlio, por ter nos convidado nos dado a oportunidade de fazer parte desta grande e louvável iniciativa.

Vida longa ao Pras Bandas!


Da esquerda pra direita: Rafa, Cynthia, Ingrid, Lucas e Caetano Posted by Picasa

Rodrigo Cheiroso - Os Substitues Posted by Picasa

No palco do Vitoria Cafe Posted by Picasa

Tuesday, March 07, 2006

LONDRINA – O RETORNO


Não sabíamos que, depois deste fim de semana, nenhuma Criatura seria a mesma. Não que nada esperássemos desta viagem, mas ninguém de nós imaginava o quanto ela seria gratificante!

Saímos de Curitiba sexta-feira à noite para chegarmos em Londrina a tempo de curtir uma balada. A viagem foi boa, estrada limpa, dois motoristas revezando (primeiro o Caetano e depois o Bruno), poucas paradas, algumas cervejas, e a trilha sonora que se resumia em uma K7 com Kinks de um lado, e David Bowie do outro, que rodou incansavelmente durante todo o trajeto.

A ida é sempre mais demorada, não sei se porque a quilometragem é maior, ou se nossa ansiedade que é grande, ou se as duas coisas juntas, mas o fato é que não víamos a hora de chegar e tomar uma cerveja bem gelada.

O Rafa era o mais impaciente; a cada dez minutos ele perguntava “Já estamos chegando?” e eu dizia sim, simultaneamente com o Bruno que respondia não, e o Rafa retrucava – “Então pára no próximo posto pra eu comprar mais cerveja” (o Caetano dormindo). Mas o próximo posto não chegava nunca, e somente em Londrina conseguimos matar nossa sede.

Ligamos para o Lucas, nosso recepcionista oficial, para ir nos buscar no posto em Londrina. Em menos de quinze minutos ele chegou, e dali fomos direto para a casa da Cynthia, nossa outra anfitriã especial, pra deixar as bagagens e tomar outras antes de sair pros bares da vida.

A primeira parada foi no Potiguá, um boteco simpático que não tem nada demais – mas o essencial: cerveja gelada, uma mesa de sinuca, um balcão, mesinhas e cadeiras de plástico na calçada. Tomamos uma ou duas cervejas, até o Caetano e o Rafa se darem conta de que ali não tinha nenhuma mulher interessante (além de mim, é claro). Fomos então para o Valentino.

Chegamos lá e tivemos que atravessar uma muvuca fenomenal. O bar estava lotado, havia muitos tipos exóticos e certamente ali seria o lugar ideal para os meninos “se darem bem”, como eles dizem. Doce ilusão a deles... a maioria das garotas só gostava de garotas, e os meninos de meninos, com raras exceções. Eu, o Bruno e o Lucas ficamos sentados em uma mesa perto da porta, o que não foi suficiente para amenizar o calor infernal que fazia ali dentro. Buscar uma cerveja era uma luta ferrenha, uma vez que o bar estava cheio e a aglomeração no balcão era grande. Mesmo assim, bebemos bem, até eu e o Bruno chegarmos à conclusão de que seria melhor voltar pro outro bar, já que era visível serem inúteis as investidas dos rapazes na caça às garotas ideais. Assim, não sem antes enfrentar a desaprovação do Rafa e do Caetano, voltamos para o Potiguá.

RAFA EM RITMO DE AVENTURA!

Poucas pessoas, além de nós, estavam no bar. O Bruno, já entediado, foi pro carro descansar e acabou dormindo. O Rafa e o Caetano sentaram com mais três garotas e eu e o Lucas fomos jogar umas partidas de sinuca (as quais ganhei com grande mérito!). Depois nos juntamos aos rapazes, tomamos cervejas, até o Lucas e o Caetano dormirem na mesa. O Rafa, muito empolgado e com poucos escrúpulos, dava seus tiros no escuro para acertar alguma das três vítimas que ali estavam. Eu, longe de estar sóbria, e nem um pouco afim de continuar a noite, acordei os dorminhocos para irmos embora, deixando o Rafa à mercê de seu destino incerto. Isso às seis horas da matina.

VAI TRANSAR OU FAZER XIXI?

Dia de show. Muita expectativa. Passagem de som feita, tudo nos trinques. O Rodrigo Cheiroso, muito pomposo, pegou uma carona com a gente pra ir se arrumar. Foi quando o Lucas perguntou pra ele: "E aí, Rodrigo, vai transar hoje ou só vai fazer xixi?" E a gente, sem nada entender e achando pouca graça daquilo, ficou curioso. Que espécie de pergunta imbecil era aquela? Mas tudo foi esclarecido. Para eles, ou você transa – sai e ‘come’ uma garota – ou faz xixi, usa seu pau apenas para esta mera necessidade fisiológica. O Rodrigo respondeu: “Ah, hoje eu vou transar”, e depois... “Pensando bem, acho que só vou fazer xixi”. Dele eu não sei... só sei que, fora eu e o Bruno (a turma do xixi), os outros transaram. Aliás, achamos a expressão genial. E você? Vai transar ou vai só fazer xixi?

Os shows foram ótimos. Os Substitutes abriram a noite e arrebentaram. Um show rápido, conciso e perfeito, de deixar qualquer um de queixo caído. Eles finalmente se renderam aos pedidos e, para delírio dos fãs, tocaram também duas músicas do Cherry Bomb (a mesma banda, mas com composições em inglês e já consagradas por todos nós).

Entramos em seguida e ficamos muito emocionados. Acho que porque fomos pegos de surpresa pelo público. A galera sabia e cantava todas as músicas de cabo a rabo, faziam pedidos, dançavam, gritavam, me davam conhaque... Ah! Se dependesse da gente, não sairíamos de lá tão cedo. Mas a Babylon Shots, outra ótima banda londrinense, aguardava para fechar a noite em grande estilo. Foi uma festa e tanto.

Do Vitória Café direto para o Potiguá, tivemos a oportunidade de desfrutar da companhia de muitos amigos até o dia amanhecer nublado. Depois de muitas outras cervejas, tombos cinematográficos, etc. (ai, este “etc.”), fomos tomar café na feira, comer pastel e coxinha, para depois nos amontoarmos no aconchegante apartamento do Lucas, graaande Lucas, o que seria de nós sem o Lucas?

Londrina, talvez por ser uma cidade interiorana, tem a receptividade e a simpatia que falta em Curitiba. Mas o que eles mostraram ali foi que a gente, da capital, se preocupa muito mais com forjar do que realmente formar uma cena e fazer parte dela. Eles provaram que é possível ter uma banda de rock e ser muito bem recompensado por isso.

Odeio desmerecer minha cidade, mas sinceramente, nessas horas, eu gostaria de só tocar em Londrina! Afinal, tocar, transar ou fazer xixi... todas essas as coisas me parecem ser bem melhores por lá. Mas enfim... tomara que eu esteja enganada.

Para finalizar, gostaria de agradecer ao Steven e ao Berbel que foram os agentes responsáveis por nossa ida, bem como aos donos do Vitória Café, embora tenham nos acusado injustamente de termos acionado o extintor de incêndio do banheiro masculino (sendo que o responsável por isso já tinha sido identificado, apanhado dos seguranças, limpado o banheiro e tudo mais...) e finalmente, agradecemos aos amigos e ao público, enfim, a todos que fizeram daquela noite um dos melhores shows de nossa vida!

Friday, March 03, 2006

PRÓXIMOS SHOWS!!!!

Em função da gravação de nosso CD, este ano não faremos muitos shows. Mas em março surgiram algumas datas importantes, das quais não poderíamos abrir mão!

Sábado agora, 04/03 Criaturas estarão em Londrina-PR no Vitória Café, com Os Substitutes e Babylon Shots.

E em Curitiba...

Quinta-feira, 09/03, vamos tocar no Jokers com as bandas OS PEDRAS e THE NEW BEATLES (antiga formação da banda Mosha tocando o melhor de Beatles) - vide flyer abaixo.

Domingo que vem, 12/03 também em Curitiba, tocaremos na 3º edição do evento cultural PRASBANDAS 3 . Boqueirão (independência & vida!)
Domingo, 12 de março
No ESPAÇO SUCÃO
Rua Paulo Setubal, 3240 - Praça Menonitas
Boqueirão - Curitiba/PR
Infos: 3016.0157 + 9603.4966
Ingresso: 5R$ + 1 livro usado em bom estado
Abertura: 17hs
Início dos shows: 18hs
Acesse http://www.prasbandas.mus.br/ e saiba mais!

Ouça Criaturas na Trama Virtual!www.tramavirtual.com.br/artista/criaturas

Lembrando que Sábado, dia 11 de março, tem show dOs Gianninis em Piraquara, abrindo o show da Relespública!

Apareeeeçam!!!!!!
Show no Jokers Posted by Picasa